30 julho 2012

Fazer - 15 pequenas coisas


Chamei-lhe "Projeto 15". O meu "Projeto 15". Simples, eficaz. 15 passos pequenos mas significativos todos os dias. 15 passos que me aproximam dos objectivos importantes. O meu "Projeto 15" traduz-se em 15 peças de roupa passada, ou 15 brinquedos arrumados, ou 15 prateleiras limpas, ou 15 ervas arrancadas no jardim, ou 15 minutos a lavar janelas ou a fazer outra coisa que precise de ser feita... Não custa. E as coisas vão aparecendo feitas sem grandes canseiras...

26 julho 2012

O colo não é teu, é meu!

Hoje, amanhã, sempre. É tão bom dar colo. É tão bom ter colo.

O primeiro colo que dei a cada um dos meus filhos foi das maiores emoções que tive. O ar frágil, a mãe frágil. A segurança e o conforto de um colo. É tão bom dar colo sem pensar em mais nada. Só o colo. Só o ficar ali.

Quando o 2º bebé estava na barriga, o colo passou de delicioso a angustiante. A angústia de não saber como iria ser agora. De não saber como conseguiria eu dar dois colos. De ter medo de não conseguir continuar a dar colo a quem já dava. De sentir horrores com a dúvida se seria possível ser tão bom dar colo à mana como era ao bebé que já tinha. O medo de não ter um coração suficientemente grande é algo de muito estranho. As lágrimas que se soltaram quando deixei o meu bebé para ir para a maternidade acentuaram-me as dúvidas e os medos.

E, afinal, era mesmo verdade. Com os dois bebés era efetivamente mais difícil dar colo. A ambos. Porque ambos queriam. Porque ambos precisavam. Porque eu precisava dos dois ao colo, de dar colo aos dois, e nem sempre conseguia.
Fui tentando dar sempre colo ao mais crescido. Fui tentando que ele desse colo à mana. Acho que consegui. Acho que cresci, que aprendi e aceitei que há lugar para todos, e que cada um tem o seu lugar único e especial. Da 3ª vez consegui não sentir esta angústia. Sentia antes felicidade por ter mais um bebé a quem dar colo. Da 3ª vez tinha dois manos crescidos que brincavam aos bebés e davam colo um ao outro. E que me pediam a mana bebé para lhe darem colo, para ser a bebé da brincadeira. E solta-se-me uma lágrima envergonhada. Envergonhada, tímida, feliz. Por um colo que sabe tão bem.

Hoje temos "O colinho". O colinho é o meu momento com cada um deles antes de deitar. Cinco minutos de conversa com cada um sem os outros por perto, um momento meu e de cada um deles, um abraço, um beijo doce e uma canção de embalar. Eles adoram o colinho, eu adoro o colinho. É tão bom dar colo. É tão bom ter colo. É tão bom ter o colo deles.

23 julho 2012

Por uma vida melhor - Mime-se

Faça todos os dias algo por si e para si. 5 minutos, se não der para mais. Mas 5 minutos a fazer algo que realmente lhe dê prazer, esquecendo o mundo à volta. Qualquer coisa que o faça sentir mesmo bem. Para quem tem filhos como eu a maior parte das vezes só se consegue este tempinho depois de eles estarem a dormir. Mas consegue-se. Eu gosto de me sentar no silêncio a não fazer nada. Ou de ler 10 minutos antes de adormecer. Ou de folhear uma nova revista. Ou simplesmente de ficar à janela a olhar a lua e a cheirar a noite.

22 julho 2012

Simplificar - a mala de viagem


Achei engraçados os olhares no aeroporto postos sobre a minha família, o ar meio surpreso meio curioso das pessoas a olharem para nós: 3 miúdos, uma ainda bebé e encaixada no meu colo, os outros 2 ao lado, e 4 pequenas malas de viagem. Sem sacos, nem saquinhos, nem carrinhos de bebé. Uma senhora perguntou-nos mesmo... "Mas... conseguem descansar? Conseguem passar férias?" Claro que sim!!! A mamã é organizadinha...

 
E as malas para os 3 miúdos, para uma semana, resumem-se assim:
- 1 muda por dia para os miúdos;
- 1 muda por noite para os miúdos (e assim se for preciso fazem-se pequenas trocas entre estas mudas, e não é preciso levar mais roupa adicional para o caso de se sujarem ou de haver acidentes);
- uns chinelos, umas sandálias, uns sapatos fechados para cada um
- de entre as mudas da noite, 3 mais quentinhas (com calças e casacos de malha)
- 3 chapéus para cada um
- 2 fatos de banho para cada um
- pijama
- escovas dos dentes e do cabelo
- medicamentos básicos (termómetro, medicação para a febre, água do mar... )
- 6 fraldas por dia para a bebé, 2 pacotes de toalhitas
- meia-dúzia de pacotes de lenços de papel

 
Não levei brinquedos, apenas 2 ou 3 livros para se entreterem na viagem. Não levei, e não precisei. Nunca é preciso levar brinquedos para as férias. Vendo-se sem os seus brinquedos habituais, eles inventam brinquedos com o que têm ao alcance. E assim consegue-se levar o mínimo mas suficiente para 3 crianças, apenas com 3 pequenas malas (das pequenas mesmo). E ter mesmo férias :)

05 julho 2012

Por uma vida melhor - Não se queixe


Nunca te queixes, nem arranjes desculpas. Se algo te parecer injusto, prova o teu valor trabalhando duas vezes mais arduamente e sendo duplamente melhor.
Autor desconhecido

Tudo o que acontece, acontece de sorte que naturalmente o podes suportar ou naturalmente o não podes suportar; não protestes, mas, enquanto te for possível, suporta-o. Se ao invés é coisa que naturalmente és capaz de suportar, não reguingues, senão mais depressa dás com tudo em terra. Lembra-te, todavia, que és naturalmente capaz de suportar tudo o que de ti depende tornar suportável e tolerável; basta que consideres que é o teu interesse ou o teu dever a impor-te esse trabalho.
Marco Aurélio, in 'Pensamentos' 

03 julho 2012

Dizer não é difícil

A vontade é dizer não. A facilidade é dizer sim. Diz-se sim (ainda que anteriormente se tenha dito não), porque senão a criança chora. Diz-se sim, porque senão a criança grita. Diz-se sim, porque afinal de contas quem manda lá em casa já é a criança, e os pais nem sequer deram por isso.
As minhas crianças também choram. Também gritam, também fazem birras. Mas também sabem que de nada lhes serve. E, aos poucos, começam a perceber que melhor do que chorar pelo brinquedo novo, é tentar negociar "Ofereces-me este no próximo Natal ou nos meus anos?" Ainda que o Natal esteja a meio ano de distância, ainda que o último aniversário tenha sido o mês passado. As minhas crianças estão a aprender a saber esperar e a não querer tudo para ontem. E eu fico feliz quando (como aconteceu no passado dia da criança) lhes dou de presente um brinquedo que durante o ano tinha sido arrumado por castigo, e os seus olhares brilham de alegria: reconhecem o brinquedo, não é novo, mas é sinal que eles mereceram voltar a tê-lo. Sentem-se importantes. Eles ficaram felizes com um brinquedo que já era deles, sem questionar porque não tiveram um novo, afinal de contas era dia da criança. E eu fiquei feliz pelas tantas vezes que disse não e os ouvi chorar desenfreadamente, ainda que fosse mais fácil dizer sim e vê-los sorrir.

Uma época em que tudo é permitido sempre tornou infelizes aqueles que nela viveram. Disciplina, abstinência, cortesia, música, moral, poesia, forma, proibição, tudo isso tem como sentido último conferir à vida uma forma bem delimitada e determinada. Não existe felicidade desregrada. Não existe grande felicidade sem grandes tabus. Até no mundo dos negócios não podemos correr atrás de qualquer vantagem, porque nos arriscamos a não chegar a lugar nenhum. O limite é o segredo dos fenómenos, o mistério da força, da felicidade, da fé e da nossa missão, que é a de nos afirmarmos como ínfimos seres humanos num universo.
Robert Musil, in 'O Homem sem Qualidades'

Por uma vida melhor - Perdoe


Perdoe. Ignore. Não guarde rancor. Aceite que havia um motivo para alguém ter agido como agiu. Perdoe, e tirará um peso dos ombros. Perdoe, perdoe-se a si próprio, e seja uma pessoa mais leve. 

As ofensas, que na verdade consistem sempre na exteriorização da falta de consideração, colocar-nos-iam bem menos fora de nós mesmos se, por um lado, não nutríssimos uma representação tão exagerada do nosso elevado valor e da nossa dignidade - portanto, um orgulho desmesurado - e, por outro, se estivéssemos bastante cientes daquilo que, via de regra, no fundo do coração, cada um crê e pensa dos outros.
Que contraste flagrante entre a susceptibilidade da maioria das pessoas à mais ténue alusão de censura a seu respeito, e aquilo que ouviriam de si, caso surpreendessem as conversas dos seus conhecidos! Deveríamos, antes, ter em mente que a polidez habitual é apenas uma máscara burlesca; desse modo, não gritaríamos tão alto todas as vezes que esta fosse deslocada ou retirada por um breve instante.
Arthur Schopenhauer, in 'Aforismos para a Sabedoria de Vida'

02 julho 2012

Simplificar - o roupeiro dos miúdos


Descobri que me governo muito bem governada com 7 mudas de roupa completas para cada um dos pequenos. Seja verão, seja inverno, antes de fazer as compras da estação avalio o que ainda está em bom estado e o que já não lhes serve. Verifico quantas mudas completas ou peças soltas me faltam para, com o que já tenho, fazer 7 mudas para cada um. E vou às compras com a listinha do que me falta. E passei a gastar muito menos dinheiro... A ter mais espaço, e a ter roupa suficiente.
Descobri que 7 é muito menos do que normalmente se tem para os miúdos. Descobri que 7 mudas completas resistem mesmo aos dias que chove a fio e a roupa demora 3 dias a secar. Descobri que os saldos só devem servir para procurar uma peça que realmente nos faça falta no momento ou que potencialmente vá servir para uma das 7 mudas da estação seguinte, e que ao comprar menos roupa posso pagar um pouco mais por uma muda melhor, ou por uma muda que me encha as medidas!

Além das 7 mudas, cada um tem 2 agasalhos de inverno e 1 de verão, 1 par de botas e 1 par de sapatos/ténis no inverno e 1 par de sapatos/sandálias e uns chinelos no verão. 

E a isto se resume o roupeiro dos meus miúdos.