30 dezembro 2012

(Quase) contente com o Natal


Estou (quase) contente com o Natal.
A ceia foi fantástica. A ceia foi o que devia ser o Natal: a família à volta da mesa. A família toda, na nossa casa. Uma ceia de improviso porque uma das pequenas ficou doente, que acabou por se transformar num delicioso convívio de 21 pessoas sentadas à mesa. Na minha mesa. Na minha casa. Foi fabuloso. Foi Natal!

Depois vieram as prendas, e eu estou (quase) contente com as prendas. Contente, porque consegui pôr travão no exagero e limitar quantidades - oferecendo prendas conjuntas, e sugerindo aos familiares que fizessem o mesmo; oferecendo mais livros do que brinquedos... Quase contente, porque ainda assim acho tanto... O Natal devia ser a mesa e a família... Eu ambiciono que os pequenos se lembrem do Natal pela mesa de toalha vermelha, pela família reunida e pela agradável confusão de tanta gente... Por isso eu estou (quase) contente com o Natal: a ceia foi fabulosa, os presentes foram (quase) equilibrados...

12 dezembro 2012

Simplificar - a segurança das crianças

A segurança em coisas básicas. Em coisas que só nos lembramos quando o acidente acontece.

As portas das várias divisões da casa têm chave? E têm a chave na porta? As minhas portas não têm chave na porta, foram todas retiradas quando o mano crescido nasceu. Na verdade não fazem falta.

O que se guarda debaixo do lava-loiça? Desde que nasceu o primeiro filhote, guarda-se o azeite, o vinagre, o sal, os alhos e cebolas, o louro... Desde que nasceu o primeiro filhote que os detergentes migraram para a prateleira mais alta da dispensa, ficou apenas em cima do lava-loiça o detergente da loiça. Também nos armários do wc deixou de haver detergentes, agora os detergentes do wc são vizinhos dos detergentes da cozinha na mesma prateleira da dispensa. No armário do wc guarda-se papel higiénico, caixas de lenços, guardanapos... E devo dizer-vos que tem o seu quê de divertido, quando numa festa me perguntam onde há mais guardanapos e eu respondo "no armário do wc..." :)

Que medicamentos há espalhados pela casa? Muito poucos. Os que estão a uso, apenas, e esses ficam em cima do frigorífico onde só os adultos chegam. E dos que não estão a uso, desde que nasceu o primeiro filhote, levaram uma grande volta e concentrou-se o indispensável numa única caixa. Uma caixa fechada, numa prateleira alta do roupeiro, facilmente acessível aos papás mas fora da vista das crianças.

O que se guarda na prateleira mais baixa da dispensa, onde os filhotes crescidos já chegam? Pacotes de leite, garrafas de água, chás, ovos e algumas especiarias.

Há coisas simples na vida que podem evitar grandes dissabores no futuro...

09 dezembro 2012

Por uma vida melhor - Seja corajoso

Reforce a coragem, seja capaz de sofrer sem se afundar ou queixar. Tem medo? Façamos então as coisas com medo... Mas com coragem.

Coragem é a resistência ao medo, domínio do medo, e não a ausência do medo.
Mark Tawain
 

05 dezembro 2012

As birras

As birras são uma coisa linda de se ver. Em público então, acho que são fenomenais. Já passei a fase de ficar envergonhada com as birras. Agora sinceramente dão-me vontade de rir e de pegar numa câmara de filmar: filmar a birra para daqui a uns anos mostrar aos meus filhos as suas lindas figuras. Daqui a uns anos, quando também eles tiverem filhos. Acho que iam gostar de ver. E filmar quem assiste, e se possível fosse filmar também o que vai nas cabeças de quem assiste, que deve ser algo muito semelhante a "estes pais já não têm controlo nos miúdos, como é que é possível deixá-los fazer estas figuras...".

As birras fazem parte do crescimento dos nossos meninos. São a forma de nos dizerm algo, se calhar algo tão simples como "eu tenho esta frustração e não sei lidar com ela". E na nossa reação às birras, os pequenos têm a chave para a próxima birra: se nós cedemos eles sabem que podem continuar a esticar a corda. E vão fazê-lo. Se nós nos rimos eles sabem que afinal não é grave. E vão repeti-lo. Se nós dizemos não e depois acabamos no sim, eles sabem que não somos firmes. E vão testar-nos de novo. 

As birras fazem parte do nosso crescimento também: ensinam-nos que ou nos mantemos firmes, ou não teremos sucesso. Que ou nos mantemos serenos, ou os gritos vão aumentar de volume. Que ou ignoramos a birra, ou ela irá repetir-se. Que ou pomos os nossos filhos no seu lugar, ou nunca termos o nosso lugar e nunca faremos nada deles. Dizer não é difícil - mas é a nossa melhor arma.

04 dezembro 2012

A sobrevivência da árvore de Natal

Chegou o Natal. Chegaram as luzes, a árvore, a decoração quente. Vão chegando os presentes. Aos poucos, trazidos por um Pai Natal que ainda existe. Chegou um para o pai, chegou um para a mãe, chegaram para os primos... "E para nós??" Têm que se continuar a portar bem. O Pai Natal ainda deve andar a decidir quem merece prendas e quem não merece... :) Acatam. Aceitam. É melhor portarem-se bem, não vá o diabo tecê-las e ficarem sem presentes... 

E a árvore em si? Não mexer nas bolas, não mexer nas fitas... É possível? Claro. Decidimos em conjunto que cada um ficaria responsável por um enfeite, e a mamã pelos restantes. Cada um só pode mexer nos seus, pôr e tirar e repor onde acha que fica melhor. E, para espanto da própria mamã, funciona!!! O mesmo se passa com os presentes. Os presentes, que cá em casa vão sendo colocados na árvore, e na árvore permanecem até ao dia de Natal. Não por os presentes na árvore não me sabe a Natal. As crianças não saberem lidar com os presentes que lá estão mas que têm um "quase-estatuto" de intocável, parece-me falta de disciplina e de regras. Estão lá porque o Pai Natal os trouxe. O Pai Natal só quer que sejam abertos no dia de Natal. E para abrir, já nem sequer me pedem. O dia de abrir prendas ainda está longe. É importante saber esperar. É uma lição escondida que o Natal nos trás, se a soubermos aproveitar. Quando ao mexer... A conversa fia de outra maneira. De vez em quanto tentam. Tocam, tiram as medidas, abanam... Eu deixo, desde que não abusem. E que não estraguem. Eu deixo, que também me lembro de namorar as prendas, a tentar descobrir o que me iria calhar... Chama-se Natal :)