28 dezembro 2013

A mesada é para outras coisas


Há uns meses que o mano crescido começou a ter direito à sua mesada. É uma mesada simbólica mas que, a meu ver, é uma excelente forma de começar a dar valor ao dinheiro e de aprender a geri-lo.  Até à data tem corrido bem.
O acordo é não gastar sem nos informar onde vai gastar o dinheiro (ainda que o dinheiro seja dele), e manter um registo dos gastos e recebimentos. Se no primeiro dia do mês a coisa não bater certa com o dinheiro que efectivamente tem, não tem direito a mesada esse mês. 
Uma das ideias já percebidas é que nunca se deve gastar tudo o que temos, pois nunca sabemos quando há um imprevisto.

Na semana passada aprendeste um pouco de solidariedade: vieram para casa as rifas da escola de música, com um cheirinho a Natal. Perguntaste-me se eu comprava uma. E se o pai também comprava. Disse-te que sim, mas que também tu já tinhas dinheiro para comprar uma rifa. Prontificaste-te a afirmar que o teu dinheiro era para outras coisas :) 

No dia seguinte, com calma, disse-te que entendia que não quisesses comprar uma rifa, afinal de contas uma rifa custa quase metade do que recebes como mesada. Se me pedissem para comprar uma rifa no valor de metade do meu ordenado, concerteza também não a iria comprar... Mas disse-te também que, ainda assim, é importante ajudarmos sempre os outros, na medida em que isso nos é possível. Expliquei-te que, se ninguém ajudasse ninguém, provavelmente a escola de música já não existia. Ficaste sério, de semblante triste. Disse-te ainda que, se não podias ou não querias comprar uma rifa inteira, podias sempre comprar uma parte, e ajudavas na mesma. Ajudavas na medida em que podias. E podias por exemplo dar 10 ou 20 ou 30 cêntimos, e eu dava o resto para completar uma rifa. Sorriste. Um sorriso lindo, de satisfação por poderes ajudar também. Disseste-me que então davas 50 cêntimos :) Fiquei feliz :)