24 janeiro 2013

Acompanhamentos pré cozinhados

Sou fã da hortaliça pré-cozinhada. Por mim, claro... em casa. É tão bom ter uma gaveta do congelador cheia de saquinhos de nabiças, couve lombarda, couve portuguesa, espinafres e grelos prontos a por na sopa ou no tacho ou na frigideira para saltear. O mau da coisa é quando a gaveta fica vazia... E quando na cozinha há 2 sacas de couves e todo o género de hortaliça... E por isso ontem fiz serão - a repor o stock da minha gaveta do congelador. É chato, sim. Ver TV é capaz de ser bem mais simpático. Ou ler um livro. Qualquer coisa, que não estar 2 ou 3h com as mãos na água gelada, a lavar hortaliça, a escaldar, a esperar que arrefeça, a etiquetar saquinhos para congelar... É chato sim, muito chato. É muito chato serem horas de deitar e os móveis da minha cozinha escorrerem água verde em vários sítios, e o chão e os tapetes todos cheios com  alguma coisa muito parecido a confetis mas de couve, e o fogão novamente pronto para limpar, e ainda por cima quente e não se pode limpar já... Mas 2h num serão poupar-me-ão muitas mais horas no dia a dia. 2h num serão permitem-me, ao longo de várias semanas, chegar a casa, tirar um saquinho do congelador e por no tacho a cozinhar enquanto dou banho aos pequenos (fora a questão de, durante várias semanas, não ter que comprar hortaliça, são uns minutos que se poupam em cada ida às compras...) Muitas mães do meu círculo de amigos/colegas acham estranho quando me ouvem dizer que tenho tempo para tudo... Mas é verdade que tenho... Se calhar tenho que lhes contar dos meus serões "diferentes" :)

22 janeiro 2013

Eles foram felizes para a escola...

... e voltaram que nem umas feras que nos tiram do sério.
Nós voltamos cansados, eles voltam cansados. Nós queremos que eles colaborem na rotina, eles querem a nossa atenção. Nós olhamos para o relógio que não pára, eles têm todo o tempo do mundo e querem brincar. Nós começamos a desesperar, eles começam a chorar…
É possível fazer do fim do dia um momento pacífico? De todo, de todo… Ainda não cheguei lá. Mas é possível minimizar guerras e birras…
Há alguns truques que às vezes resultam… Umas vezes uns, outras vezes outros… ( Pois, também há dias em que nada resulta… )
- Dar-lhes uma peça de fruta quando chegam a casa. E comermos nós também uma peça de fruta ou um copo de leite… Muitas vezes a origem do mau humor é apenas um baixo nível de açúcar no sangue. A maioria das crianças lancha cedo na escola. E nós? Quando chegamos a casa, há quanto tempo já não comemos?
- Improvisar jogos. Às vezes saem jogos tolos… “Vamos fazer uma brincadeira? Faz de conta que hoje é carnaval. Despe-te todo e veste o meu robe, a ver como ficas mascarado de espantalho” Enquanto nós pousamos as coisas e pomos o jantar a andar, eles vão-se despindo para o banho… Uma coisa que cá por casa resulta muito bem é o empréstimo dos produtos dos papás… “Se te despires até o ponteiro do relógio estar aqui, empresto-te o meu champô e o meu amaciador”.
- Aproveitar qualquer bom comportamento para lhes dar um bónus. Os meus bónus normalmente são uns minutos de colinho extra, uma história, uma brincadeira a dois... Por exemplo se um arruma as pantufas do outro, ou qualquer coisa que encontra pelo caminho… Eu atalho com um “estou tão orgulhosa!! Acho que hoje antes de deitar mereces um colinho só para ti e mais uma história!” E isso depois também serve para o resto da noite “olha que temos um colo prometido… Não te portes mal senão vou ter que desistir de te dar esse colinho ou de te contar a história…”
- As coisas que têm mesmo que ser feitas devem ter um ritual associado. Os meus assim que acabam de comer, parecem setas para a casa de banho para lavar os dentes. Não sendo preciso interromper uma brincadeira para ir lavar os dentes, muito facilmente se evita uma birra “porque agora estou a brincar!”. 

09 janeiro 2013

Varicela em dose tripla

Há alturas da nossa vida em que achamos que afinal 3 crianças são muitos filhos. Alturas em que pensamos onde estaria a nossa cabeça quando decidimos assim. Estou numa fase dessas - desde o dia 23 de Dezembro, quando apareceram as primeiras pintas na princesa do meio. Desde o dia 23 de Dezembro, acho que a minha cama já mal me conhece. Agora sou conhecida no tapete do quarto dos miúdos. Sem pausas, uns atrás dos outros. 

O caos e o cansaço trás-nos algumas coisas interessantes: consegue-se simplificar bastante mais a vida. Melhor que tudo, consegue-se aceitar uma simplificação caótica como sendo um estado normal...

A minha cama improvisada no tapete dos miúdos continua lá - ao 3º dia desisti de arrumar mantas, edredons e almofada. Os miúdos não saem de casa, e por isso a roupa que vestem é mais do mesmo - troca-se a roupa interior e enquanto a roupa de cima não está intragavelmente cheia de nódoas continua-se a vestir. A minha máquina da roupa agradeceu as pausas. E eu também, pessoalmente. A ceia de Natal, dia de Natal e Ano Novo foram forçosamente na minha casa - o que fez com que ficasse com uma dose substancial de refeições prontas para os dias seguintes, só foi preciso fazer sopa. Confesso que comer mais do que 3 refeições seguidas o mesmo não é muito simpático por mais que seja um prato que gostemos, ainda assim é mais simpático do que ter que cozinhar todas as refeições quando estamos fisicamente exaustos. 

As borbulhas parecem estar agora na reta final e a minha casa começa, aos poucos, a ser arrumada em condições e a parecer uma casa decente. Não gosto quando me dizem que são coisas que fazem parte. O que tem que ser tem muita força, mas passar noites a fio a medir febre e a segurar mãos para não arrancarem crostas escusava de fazer parte...