O mundo é um espelho: se sorrires para ele, ele sorrirá para ti.
Gustavo Le Bon
Pequenas reflexões, pequenas dicas, para melhor encaixar as tantas profissões que assolam as mulheres de hoje... Que se deparam com a necessidade de ser boas mães, mulheres e profissionais!
31 julho 2012
30 julho 2012
Fazer - 15 pequenas coisas
Chamei-lhe "Projeto 15". O meu "Projeto 15". Simples, eficaz. 15 passos pequenos mas significativos todos os dias. 15 passos que me aproximam dos objectivos importantes. O meu "Projeto 15" traduz-se em 15 peças de roupa passada, ou 15 brinquedos arrumados, ou 15 prateleiras limpas, ou 15 ervas arrancadas no jardim, ou 15 minutos a lavar janelas ou a fazer outra coisa que precise de ser feita... Não custa. E as coisas vão aparecendo feitas sem grandes canseiras...
26 julho 2012
O colo não é teu, é meu!
O primeiro colo que dei a cada um dos meus filhos foi das maiores emoções que tive. O ar frágil, a mãe frágil. A segurança e o conforto de um colo. É tão bom dar colo sem pensar em mais nada. Só o colo. Só o ficar ali.
Quando o 2º bebé estava na barriga, o colo passou de delicioso a angustiante. A angústia de não saber como iria ser agora. De não saber como conseguiria eu dar dois colos. De ter medo de não conseguir continuar a dar colo a quem já dava. De sentir horrores com a dúvida se seria possível ser tão bom dar colo à mana como era ao bebé que já tinha. O medo de não ter um coração suficientemente grande é algo de muito estranho. As lágrimas que se soltaram quando deixei o meu bebé para ir para a maternidade acentuaram-me as dúvidas e os medos.
E, afinal, era mesmo verdade. Com os dois bebés era efetivamente mais difícil dar colo. A ambos. Porque ambos queriam. Porque ambos precisavam. Porque eu precisava dos dois ao colo, de dar colo aos dois, e nem sempre conseguia.
Fui tentando dar sempre colo ao mais crescido. Fui tentando que ele desse colo à mana. Acho que consegui. Acho que cresci, que aprendi e aceitei que há lugar para todos, e que cada um tem o seu lugar único e especial. Da 3ª vez consegui não sentir esta angústia. Sentia antes felicidade por ter mais um bebé a quem dar colo. Da 3ª vez tinha dois manos crescidos que brincavam aos bebés e davam colo um ao outro. E que me pediam a mana bebé para lhe darem colo, para ser a bebé da brincadeira. E solta-se-me uma lágrima envergonhada. Envergonhada, tímida, feliz. Por um colo que sabe tão bem.
Hoje temos "O colinho". O colinho é o meu momento com cada um deles antes de deitar. Cinco minutos de conversa com cada um sem os outros por perto, um momento meu e de cada um deles, um abraço, um beijo doce e uma canção de embalar. Eles adoram o colinho, eu adoro o colinho. É tão bom dar colo. É tão bom ter colo. É tão bom ter o colo deles.
23 julho 2012
Por uma vida melhor - Mime-se
Faça todos os dias algo por si e para si. 5 minutos, se não der para mais. Mas 5 minutos a fazer algo que realmente lhe dê prazer, esquecendo o mundo à volta. Qualquer coisa que o faça sentir mesmo bem. Para quem tem filhos como eu a maior parte das vezes só se consegue este tempinho depois de eles estarem a dormir. Mas consegue-se. Eu gosto de me sentar no silêncio a não fazer nada. Ou de ler 10 minutos antes de adormecer. Ou de folhear uma nova revista. Ou simplesmente de ficar à janela a olhar a lua e a cheirar a noite.
22 julho 2012
Simplificar - a mala de viagem
Achei engraçados os olhares no aeroporto postos sobre a minha família, o ar meio surpreso meio curioso das pessoas a olharem para nós: 3 miúdos, uma ainda bebé e encaixada no meu colo, os outros 2 ao lado, e 4 pequenas malas de viagem. Sem sacos, nem saquinhos, nem carrinhos de bebé. Uma senhora perguntou-nos mesmo... "Mas... conseguem descansar? Conseguem passar férias?" Claro que sim!!! A mamã é organizadinha...
E as malas para os 3 miúdos, para uma semana, resumem-se assim:
- 1 muda por dia para os miúdos;
- 1 muda por noite para os miúdos (e assim se for preciso fazem-se pequenas trocas entre estas mudas, e não é preciso levar mais roupa adicional para o caso de se sujarem ou de haver acidentes);
- uns chinelos, umas sandálias, uns sapatos fechados para cada um
- de entre as mudas da noite, 3 mais quentinhas (com calças e casacos de malha)
- 3 chapéus para cada um
- 2 fatos de banho para cada um
- pijama
- escovas dos dentes e do cabelo
- medicamentos básicos (termómetro, medicação para a febre, água do mar... )
- 6 fraldas por dia para a bebé, 2 pacotes de toalhitas
- meia-dúzia de pacotes de lenços de papel
Não levei brinquedos, apenas 2 ou 3 livros para se entreterem na viagem. Não levei, e não precisei. Nunca é preciso levar brinquedos para as férias. Vendo-se sem os seus brinquedos habituais, eles inventam brinquedos com o que têm ao alcance. E assim consegue-se levar o mínimo mas suficiente para 3 crianças, apenas com 3 pequenas malas (das pequenas mesmo). E ter mesmo férias :)
05 julho 2012
Por uma vida melhor - Não se queixe
Nunca te queixes, nem arranjes desculpas. Se algo te parecer injusto, prova o teu valor trabalhando duas vezes mais arduamente e sendo duplamente melhor.
Autor desconhecidoTudo o que acontece, acontece de sorte que naturalmente o podes suportar ou naturalmente o não podes suportar; não protestes, mas, enquanto te for possível, suporta-o. Se ao invés é coisa que naturalmente és capaz de suportar, não reguingues, senão mais depressa dás com tudo em terra. Lembra-te, todavia, que és naturalmente capaz de suportar tudo o que de ti depende tornar suportável e tolerável; basta que consideres que é o teu interesse ou o teu dever a impor-te esse trabalho.
Marco Aurélio, in 'Pensamentos'
03 julho 2012
Dizer não é difícil
A vontade é dizer não. A facilidade é dizer sim. Diz-se sim (ainda que anteriormente se tenha dito não), porque senão a criança chora. Diz-se sim, porque senão a criança grita. Diz-se sim, porque afinal de contas quem manda lá em casa já é a criança, e os pais nem sequer deram por isso.
As minhas crianças também choram. Também gritam, também fazem birras. Mas também sabem que de nada lhes serve. E, aos poucos, começam a perceber que melhor do que chorar pelo brinquedo novo, é tentar negociar "Ofereces-me este no próximo Natal ou nos meus anos?" Ainda que o Natal esteja a meio ano de distância, ainda que o último aniversário tenha sido o mês passado. As minhas crianças estão a aprender a saber esperar e a não querer tudo para ontem. E eu fico feliz quando (como aconteceu no passado dia da criança) lhes dou de presente um brinquedo que durante o ano tinha sido arrumado por castigo, e os seus olhares brilham de alegria: reconhecem o brinquedo, não é novo, mas é sinal que eles mereceram voltar a tê-lo. Sentem-se importantes. Eles ficaram felizes com um brinquedo que já era deles, sem questionar porque não tiveram um novo, afinal de contas era dia da criança. E eu fiquei feliz pelas tantas vezes que disse não e os ouvi chorar desenfreadamente, ainda que fosse mais fácil dizer sim e vê-los sorrir.
Uma época em que tudo é permitido sempre tornou infelizes aqueles que nela viveram. Disciplina, abstinência, cortesia, música, moral, poesia, forma, proibição, tudo isso tem como sentido último conferir à vida uma forma bem delimitada e determinada. Não existe felicidade desregrada. Não existe grande felicidade sem grandes tabus. Até no mundo dos negócios não podemos correr atrás de qualquer vantagem, porque nos arriscamos a não chegar a lugar nenhum. O limite é o segredo dos fenómenos, o mistério da força, da felicidade, da fé e da nossa missão, que é a de nos afirmarmos como ínfimos seres humanos num universo.
Robert Musil, in 'O Homem sem Qualidades'
Robert Musil, in 'O Homem sem Qualidades'
Por uma vida melhor - Perdoe
Perdoe. Ignore. Não guarde rancor. Aceite que havia um motivo para alguém ter agido como agiu. Perdoe, e tirará um peso dos ombros. Perdoe, perdoe-se a si próprio, e seja uma pessoa mais leve.
As ofensas, que na verdade consistem sempre na exteriorização da falta de consideração, colocar-nos-iam bem menos fora de nós mesmos se, por um lado, não nutríssimos uma representação tão exagerada do nosso elevado valor e da nossa dignidade - portanto, um orgulho desmesurado - e, por outro, se estivéssemos bastante cientes daquilo que, via de regra, no fundo do coração, cada um crê e pensa dos outros.
Que contraste flagrante entre a susceptibilidade da maioria das pessoas à mais ténue alusão de censura a seu respeito, e aquilo que ouviriam de si, caso surpreendessem as conversas dos seus conhecidos! Deveríamos, antes, ter em mente que a polidez habitual é apenas uma máscara burlesca; desse modo, não gritaríamos tão alto todas as vezes que esta fosse deslocada ou retirada por um breve instante.
As ofensas, que na verdade consistem sempre na exteriorização da falta de consideração, colocar-nos-iam bem menos fora de nós mesmos se, por um lado, não nutríssimos uma representação tão exagerada do nosso elevado valor e da nossa dignidade - portanto, um orgulho desmesurado - e, por outro, se estivéssemos bastante cientes daquilo que, via de regra, no fundo do coração, cada um crê e pensa dos outros.
Que contraste flagrante entre a susceptibilidade da maioria das pessoas à mais ténue alusão de censura a seu respeito, e aquilo que ouviriam de si, caso surpreendessem as conversas dos seus conhecidos! Deveríamos, antes, ter em mente que a polidez habitual é apenas uma máscara burlesca; desse modo, não gritaríamos tão alto todas as vezes que esta fosse deslocada ou retirada por um breve instante.
Arthur Schopenhauer, in 'Aforismos para a Sabedoria de Vida'
02 julho 2012
Simplificar - o roupeiro dos miúdos
Descobri que me governo muito bem governada com 7 mudas de roupa completas para cada um dos pequenos. Seja verão, seja inverno, antes de fazer as compras da estação avalio o que ainda está em bom estado e o que já não lhes serve. Verifico quantas mudas completas ou peças soltas me faltam para, com o que já tenho, fazer 7 mudas para cada um. E vou às compras com a listinha do que me falta. E passei a gastar muito menos dinheiro... A ter mais espaço, e a ter roupa suficiente.
Descobri que 7 é muito menos do que normalmente se tem para os miúdos. Descobri que 7 mudas completas resistem mesmo aos dias que chove a fio e a roupa demora 3 dias a secar. Descobri que os saldos só devem servir para procurar uma peça que realmente nos faça falta no momento ou que potencialmente vá servir para uma das 7 mudas da estação seguinte, e que ao comprar menos roupa posso pagar um pouco mais por uma muda melhor, ou por uma muda que me encha as medidas!
Além das 7 mudas, cada um tem 2 agasalhos de inverno e 1 de verão, 1 par de botas e 1 par de sapatos/ténis no inverno e 1 par de sapatos/sandálias e uns chinelos no verão.
E a isto se resume o roupeiro dos meus miúdos.
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