05 dezembro 2012

As birras

As birras são uma coisa linda de se ver. Em público então, acho que são fenomenais. Já passei a fase de ficar envergonhada com as birras. Agora sinceramente dão-me vontade de rir e de pegar numa câmara de filmar: filmar a birra para daqui a uns anos mostrar aos meus filhos as suas lindas figuras. Daqui a uns anos, quando também eles tiverem filhos. Acho que iam gostar de ver. E filmar quem assiste, e se possível fosse filmar também o que vai nas cabeças de quem assiste, que deve ser algo muito semelhante a "estes pais já não têm controlo nos miúdos, como é que é possível deixá-los fazer estas figuras...".

As birras fazem parte do crescimento dos nossos meninos. São a forma de nos dizerm algo, se calhar algo tão simples como "eu tenho esta frustração e não sei lidar com ela". E na nossa reação às birras, os pequenos têm a chave para a próxima birra: se nós cedemos eles sabem que podem continuar a esticar a corda. E vão fazê-lo. Se nós nos rimos eles sabem que afinal não é grave. E vão repeti-lo. Se nós dizemos não e depois acabamos no sim, eles sabem que não somos firmes. E vão testar-nos de novo. 

As birras fazem parte do nosso crescimento também: ensinam-nos que ou nos mantemos firmes, ou não teremos sucesso. Que ou nos mantemos serenos, ou os gritos vão aumentar de volume. Que ou ignoramos a birra, ou ela irá repetir-se. Que ou pomos os nossos filhos no seu lugar, ou nunca termos o nosso lugar e nunca faremos nada deles. Dizer não é difícil - mas é a nossa melhor arma.

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