02 fevereiro 2012

Tempo de qualidade, ou tempo em quantidade?


  Oiço tantas e tantas vezes que mais vale pouco, desde que seja de qualidade... Pois eu discordo. O "pouco de qualidade" é normalmente o fim de dia atribulado com banhos, jantar, cama... Será que realmente resta alguma qualidade na nossa correria do dia-a-dia? Francamente não me parce... E a experiência diz-me que mais vale todo o que for possível, e com a melhor qualidade que consigamos. Vale mais estarmos por perto deles, ainda que não consigamos estar a dar-lhes a atenção que eles gostariam. Aos poucos, neste evoluir da carreira de mãe que os anos nos vão proporcionando, felizmente descobri que é possível dar-lhes tempo, muito e de qualidade:


  - Sempre que consigo, fico a trabalhar em casa. Eles têm a rotina deles e eu a minha, mas estando em casa consigo almoçar com eles.
  - Quando tenho alguma coisa a tratar que prevejo que não demora muito tempo, levo um deles comigo. Eles ficam felizes e acabam por ser uma boa companhia. E para quem tem filhotes que no supermercado pedem tudo e mais um par de botas... Isso domestica-se, como tantas outras coisas.
  - Tento sempre tirar férias quando eles têm férias da escola, nem que seja para ficar em casa com eles. Cansa mais do que o trabalho fora de casa, mas é muito mais gratificante também.
  - Tento sempre não faltar às actividades da escola (desfiles, festas de Natal, aniversários deles, ....)
  - Nos dias em que me atraso e chego realmente tarde a casa, ponho qualquer coisa no forno e sento-me com eles a brincar um pouco. Nesses dias as birras normalmente são mais acentuadas, por isso sinto que é importante deixar um pouco de lado o "despachem-se vamos tomar banho, despachem-se vamos comer, despachem-se vamos deitar...". Tento dizer a mim própria que eles não têm culpa de eu ter chegado tarde. E nesses dias o pouco tempo acaba por saber a muito. (Claro está que também tenho dias em que não consigo... e ralho mais do que o que brinco... O meu compromisso para comigo é, no entanto, tentar que não haja muitos dias destes!)

  Sugiro que tentem, ao menos de vez em quando, ficar em casa com eles. Levá-los às compras. Dizer-lhes não quando pedem televisão, e sentarem-se no chão com eles a fazer um jogo ou a ler uma história. As primeiras vezes custa. Não estamos habituados a ser pais a tempo inteiro. Mas depressa se descobre como isso permite criar laços que acabam por os tornar crianças mais calmas, e quão aprazível acaba por ser :)

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